Em 1984 os conflitos pela posse e uso da terra se agravavam no Pará. O fim do regime militar se aproximava e as forças conservadoras ampliavam os seus domínios e reagiam à organização dos trabalhadores rurais e ao apoio que entidades do movimento social prestavam aos camponeses. A Comissão Pastoral da Terra (CPT), braço da igreja católica, passou a editar um boletim informativo com o nome de “Puxirum” (mutirão) para denunciar a violência contra as populações tradicionais da Amazônia e também divulgar a luta de resistência na terra e o avanço da retomada das entidades sindicais, controladas por pelegos a serviço do latifúndio. Fui chamado para escreve e editar o boletim, a partir da edição nº 2, que passou a ser impresso na Gráfica Suyá, prestadora de serviço da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH). A diagramadora era a Isabel Santos, jornalista que trabalhava na redação do jornal O Liberal, e a ilustradora era a Madi (Madeleine) Bedran, que organizava a documentação
Memória cultural da Amazônia