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Mostrando postagens de junho, 2020

Curt Nimuendajú - o alemão que virou índio

Seguindo o exemplo do amigo Alexandre Velozo, publicarei, sempre que possível, uma homenagem a grandes vultos da história brasileira que nos legaram importantes exemplos de vida, luta, resistência e também na produção de estudos e trabalhos para o conhecimento científico. Hoje o nosso homenageado é o Kurt Unckel, alemão de nascimento, naturalizado brasileiro como Curt Nimuendajú (aquele que faz sua morada), como o chamavam os índios, que o adotaram como um dos seus iguais. Deixou uma herança que o fez conhecido no mundo científico como o pai da etnologia no Brasil e pioneiro da linguística. No Parque Zoobotânico do Museu Emílio Goeldi tem um monumento a Nimuendajú e sua cripta está no Cemitério do Redentor em São Paulo. Mais informações no link do site da Deutsche Welle, emissora internacional da Alemanha que produz jornalismo independente em 30 idiomas: Segue também o link do programa “Sustentabilidade”, apresentado pelo cacique Robson Miguel, cujo título é: Curt “Nimuendajú” Unke

Coronavírus atinge as comunidades indígenas

O coronavírus está fazendo estrago às comunidades indígenas. O sucateamento da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) torna os povos originários mais vulneráveis à covid19. Há mais de 30 anos a pauta daquelas comunidades era a proteção do seu território e também a assistência médica e sanitária aos índios. Em 1984 estive na aldeia Kokraimoro, em São Félix do Xingu. E em 1986 conversei, em Altamira, com lideranças do povo Assurini, da Terra Indígena Koatinemo, localizada entre os municípios de Altamira e Senador José Porfírio (fotos: Oldemar Alves). Torço para que as medidas aprovadas, esta semana, pelo Congresso Nacional (Plano Emergencial para Enfrentamento à Covid-19) que incluem ações emergenciais aos povos indígenas, quilombolas e outras populações tradicionais sejam implantadas o mais rápido possível.

A importância do leitor atento

Este ano de 2020 completei 45 anos de jornalismo. Iniciei na imprensa alternativa, no jornal “Bandeira 3”, editado por Lúcio Flávio Pinto. Em 1976 fui para a grande imprensa, ingressando na redação de O Liberal, onde publiquei minha primeira matéria assinada: “Tomé-Açu em busca de uma alternativa”. A reportagem, com fotos do veterano Raimundo Favacho, mostrava o impacto da fusariose, doença que dizimou o plantio de pimenta-do-reino no vale do Acará. Naquela época, os jornais disputavam a preferência do leitor pautando temas fora do cotidiano, especialmente nas edições de domingo. O termômetro que media a recepção do conteúdo eram as cartas, o aumento da venda avulsa e, em alguns casos, a inserção de matérias nos anais das casas legislativas. Às vezes, os textos, fotos e ilustrações, provocavam reações de autoridades, lideranças comunitárias, empresariais, etc e permitiam uma suíte, que no jargão jornalístico significa explorar o desdobramento de uma notícia ou reportagem. Em 9 de a

Ditadura escondeu surto de meningite na década de 1970

A tentativa de esconder os números da evolução da Covid19 lembra o episódio da censura que a Ditadura Civil-Militar de 1964 impôs à mídia, por ocasião do surto de meningite no Brasil, na década de 1970, conforme a matéria “Meningite, a epidemia que a ditadura não conseguiu esconder”, publicada no site do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (https://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Revista&id=216). E também o material do portal UOL “Surto de meningite na década de 70: o desastre da ditadura militar brasileira” https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/surto-de-meningite-na-decada-de-70-o-desastre-da-ditadura-militar-brasileira.phtml. Tratei deste tema no meu livro “A Censura no Pará – a mordaça a partir de 1964”, publicado em 2015 pela editora Paka-Tatu. A partir da página 146, com o subtítulo “No microscópio do Exército”, conto o caso envolvendo o jogador de futebol Oliveira Pipoca, da Tuna Luso Brasileira, que morreu em 1975, em Belém, de uma doe