Esta árvore está com os dias contados para desaparecer, sumir da paisagem urbana. A ceiba pentranda, ou melhor, a samaúma, também conhecida como “rainha da floresta”, “mãe de todas as árvores”, “escada do céu” e “árvore da vida”, teimou em nascer num lugar proibido pelos gestores do espaço urbano. Ela ocupa hoje o canteiro central da rodovia BR-316, em Ananindeua (PA), onde está projetado passar o BRT Belém-Marituba. Fiz o registro para que a gente possa lembrar, no futuro, que uma espécie como esta pode alcançar uma altura de 60 a 70 metros; e que seu fruto produz uma fibra semelhante ao algodão. E assim mais uma dádiva da natureza ficará na nossa memória, como a famosa castanheira que desapareceu da entrada de Belém. Hoje, a única coisa que nos remete a ela é um shopping, construído às proximidades daquela que foi a árvore-símbolo da transição entre o rural e o urbano voraz que “destrói coisas belas”, como diz o poeta baiano.
Felipe Alves de Macedo, o Filipinho, deixou a Terra. Foi ao encontro de seus companheiros de luta no Araguaia: Raimundo Ferreira Lima (Gringo), João Canuto, Expedito Ribeiro e tantos outros bravos camponeses que lutaram e tombaram na luta pelo direito de viver e produzir no campo. Dedicou seus 81 anos de vida ao cultivo da terra como animador de comunidade, na organização e resistência dos lavradores, em Conceição do Araguaia. Filipinho foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Conceição do Araguaia, dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-Pará) e membro do Partido dos Trabalhadores. Viveu parte de sua vida sob ameaça de pistoleiros a serviço do latifúndio. O ex-dirigente do STTR fez parte de uma lista de “marcados para morrer”. O repórter-fotográfico João Roberto Ripper, que integrou a agência F-4, fez um registro, em 1980, com seis pessoas ameaçadas: Maria da Guia, Josimar, Filipinho, Oneide Lima (viúva do Gringo), Luiz Lopes e João Pereira. O jornalista, em...


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