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Mostrando postagens de 2016

O valor da grude para o pescador de Vigia

Encontrei no site MFRural(http://www.mfrural.com.br/busca.aspx?palavras=grude)o seguinte anúncio: "Estou a procura de bucho ou grude de pescada amarela ou corvina para exportar para Hong Kong/China e Estados Unidos". Trata-se de um espaço virtual onde compradores e vendedores se encontram para fechar negócios sobre produtos do campo e da água. Então pude compreender melhor a importância do anúncio que vi e fotografei na orla do município de Vigia de Nazaré, na região do Salgado, no Pará. A grude ou bexiga natatória de determinadas espécies de peixes ósseos, auxilia o animal a se manter em determinadas profundidades. Após ser beneficiada, a grude tem diversos usos, como colas de alto teor de adesão, bem como pode ser utilizado pela indústria espacial em operações cirúrgicas de alta precisão. O pescador coloca para secar por três a quatro dias a grude antes de vender por um preço que varia entre R$ 20 e R$ 30. Mas em grande quantidade o preço no mercado exportador chega até R

Borracha, comaru e manteiga de tartaruga

O semanário Amazonas, de 26 de setembro de 1866, editado em Manaus, por Antônio da Cunha Mendes, publica notícias sobre a guerra do Paraguai; atos do governo da Província; o movimento de vapores (navios) no porto; a cotação de preços dos produtos da época (borracha, pirarucu, cacau, comaru, castanha, couros de animais, manteiga de tartaruga, óleo de copaíba, piassaba em rama, sebo, tabaco, taboado de cedro e outros). Impresso em tipografia o jornal não cobrava dos assinantes, qualquer anúncio de até 20 linhas de texto. Fonte: Hemeroteca Digital Brasileira, que integra a Fundação Biblioteca Nacional.

"A arte que brota das periferias"

Um artista que nasceu e iniciou sua produção no bairro da Sacramenta. José de Ribamar Araújo Silva, o Ribba, estudou na Escola Salesiana do Trabalho, no bairro da Pedreira, em Belém e criou, em 1982 o Projeto de Arte Popular. Foi influenciado por Ararê Marrocos, que abriu seu ateliê aos iniciantes. Com uma reportagem "A Arte que brota das periferias", o Jornal dos Bairros , suplemente do jornal O Liberal , dedicou uma página ao trabalho de Ribba, no dia 2 de fevereiro de 1989, conforme ilustração extraída do acervo virtual da Biblioteca Nacional.

Axé Dudú nas ruas de Belém

Criado em 1987 o grupo carnavalesco Axé Dudú chegou a reunir quase 200 brincantes nas ruas de Belém. Em fevereiro de 1989 o tema do grupo girou em torno da música Elé Dá Min, de Edson Catendê, uma homenagem aos orixás criadores do Universo. O grupo foi idealizado pelo Centro de Estudo e Defesa do Negro no Pará (Cedenpa), com objetivo de resgatar a cultura negra e homenagear a luta dos antepassados escravos, arrancados de suas terras na África pelo colonizador europeu. Quem deu um bom destaque ao trabalho foi o Jornal dos Bairros , um suplemento de O Liberal , editado por Lorena Souza. As fotos da edição são de Paula Sampaio. E a entrevistada foi a querida amiga Elza de Fátima Rodrigues, a Elzinha, radialista, jornalista e doutora em Comunicação Social. A reportagem é de fevereiro de 1989. A fonte é a Biblioteca Virtual da Biblioteca Nacional.

Toni Soares e a Banjola

Toni Soares é cantor e compositor paraense, nascido na cidade de Bragança, tem inspiração nas folias, ladainhas, batuques de boi-bumbá e cordões de pássaros – tudo isso somado ao retumbão da Marujada de São Benedito, festividade mais tradicional da cidade de Bragança onde é a maior fonte de sonoridade dele, Toni é um incansável pesquisador de timbre, nessa busca acabou criando seu próprio instrumento a Banjola, que é uma espécie de banjo com braço de violão de 12 cordas tocado com arco de rabeca, tudo isso mostra o grande músico que que é Toni Soares. Texto extraído da Fan Page de Toni Soares no Facebook.

História dos invisíveis

No final das décadas de 1970 e 1980 a luta pela posse e uso da terra na Amazônia marcou muita gente. João Roberto Ripper, um jovem repórter-fotográfico da Agência F4, deixou o conforto das redações de grandes jornais, no Rio de Janeiro, e veio acompanhar os conflitos provocados pelas grilagens de terra e a consequente luta de resistência dos camponeses da região. Na foto, que deixou no acervo do jornal alternativo "Resistência", editado em Belém, Ripper documentou seis lideranças ameaçadas de morte no Sul do Pará. Oneide Lima (de calça), viúva de Raimundo Ferreira Lima (O Gringo), assassinado pelos pistoleiros do latifúndio, estava no olho do furacão, junto com Filipinho, que vestia a camisa do 25 de julho (Dia do Lavrador). Em novembro de 2015, Ripper, em entrevista a um jornal do Estado do Tocantins, definiu bem a essência do seu trabalho de resgaste do ser humano, excluído e invisibilizado pela velha mídia: "A regra que eu percebo é que as histórias das populações me

Filme sobre etnia Mapuá, em Breves

O cineasta e historiador Paulo Miranda a todo vapor para concluir sua mais nova produção, "Os Breves e a persistência de um povo", sobre a etnia Mapuá, que habitou o Marajó. O filme está sendo rodado no município de Breves, onde foi construída uma cidade cenográfica, com cenários que reproduzem o ambiente onde viveram os índios, no século 18. A grande aldeia Mapuá e um engenho sãos os destaques. O diretor de arte, Alexandre Costa, explica que "a missão da equipe é fazer a reconstituição de espaços e objetos que permitam ao público sentir-se de fato em uma viagem pela Amazônia colonial e especialmente pelos primórdios da atual cidade de Breves". A trilha sonora conta com músicas e arranjos de Edu Toledo e letra e voz de Márcia Kambeba, uma ativista cultural da etnia Omágua Kambeba, que é poeta, professora e mestre em geografia. A maioria dos atores são do Marajó. Foram recrutados em 19 oficinas, que reuniu 500 pessoas e selecionou 100. Mas Os Breves conta também co

Oração por uma companheira de Lutas

Para fechar a semana em homenagem a grandes defensores da liberdade, publico hoje um artigo da jornalística e professora doutora em Ciência Política da Universidade Federal do Pará, Luzia Miranda Álvares, publicado em abril de 2003, no jornal "Resistência", edição comemorativa dos 25 anos da Sociedade Paraense de Defesa de Direitos Humanos (SDDH). Em 16 de setembro de 2002, deixava este plano de vida a querida Isabel Marques Tavares da Cunha. Luzia Miranda Álvares (*) Para tratar de uma mulher da estatura histórica dessa mulher, simplesmente Isa, para muitas de nós, feminista e militante pelos direitos humanos, atuando desde os tempos mais graves da vida pública e política brasileira, o termo “anjo” no feminino tem um significado maior do que as explicações de dicionários que consideram essa figura ”um “ser espiritual das teologias cristã, hebraica e islâmica que serve como mensageiro entre Deus e os homens”. A inferência de gênero sobre essa “criatura espiritual” extra

Paulo Fonteles, símbolo da luta pela liberdade

Em setembro de 1987, três meses, após a morte do advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e ex-deputado estadual Paulo Fonteles de Lima, escrevi uma matéria para o jornal da Arquidiocese de São Paulo, "O São Paulo", apontando o nome do articulador e um dos estrategista da morte do líder político paraense, que foi o primeiro presidente da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH) e um dos líderes da resistência à ditadura militar de 1964. Preso e torturado dentro de uma unidade do Exército brasileiro, Paulo Fonteles é um símbolo da luta pela reforma agrária e na defesa das liberdades democráticas. Dirigente do PC do B foi assassinado por pistoleiros a serviço do latifúndio, na região metropolitana de Belém, no dia 11 de junho de 1987.

Jaime Teixeira e sua contribuição para a democracia

Na semana em que a antropóloga Rosa Marga Rothe faleceu iniciei a publicação de uma série sobre a memória de grandes lideres da luta contra a ditadura de 1964 em nosso país. Hoje, peço permissão a professora Venize Rodrigues, para compartilhar o texto que escreveu em 2003 sobre a figura do economista Jaime Teixeira, terceiro presidente da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos: A construção da nossa utopia Venize Rodrigues (*) Conheci o Jaime Teixeira no final dos anos 70, quando na luta sindical fundamos a Apepa – Associação dos Professores do Estado do Pará, embrião do atual SINTEP. Ele era assessor da Fase, entidade que dava apoio efetivo aos movimentos sociais e esposo de uma das diretoras da Associação, a professora Regina. Daí que convivemos bastante e Jaime tornou-se referência para discutir política, para orientar as nossas ações no movimento, para discutir o nascente Partido dos Trabalhadores, para encaminhar a Anampos – Articulação Nacional dos Movimentos Pop