Pular para o conteúdo principal

Postagens

Atrás do Tempo lança single “Os Cravos”

A partir de hoje (21/04) a banda “Atrás do Tempo” lança uma das 20 músicas que estarão brevemente no álbum “Entrelaços”. O lançamento do single “Os cravos” soma-se aos eventos em homenagem pelos 50 anos da “Revolução dos Cravos”, que se comemora no dia 25 de abril (quinta-feira), em Portugal. Inspirada no movimento que pôs fim a ditadura salazarista no país lusitano, em 1974, a letra começou a ser costurada durante o período da pandemia do coronavírus. Faz referência à luta contra o neonazismo, simbolizado pela “besta-fera” e às lutas de resistência na Amazônia, como a Revolta dos Tupinambás, em 1618, e a Cabanagem, em 1835. E, ainda, ao processo de eleição presidencial no Brasil, em 2022. A música é assumidamente inspirada em uma canção que transcende o tempo e uniu várias gerações: “Tanto Mar”, de Chico Buarque, lançada em 1975. Nela Chico também se refere a Revolução dos Cravos. Os autores de “Os cravos”, Norberto Ferreira, Paulo Roberto Ferreira e Marcelo Carvalho, evocam os cravo
Postagens recentes

O RECURSO DO PALAVRÃO PARA ENGANAR O CENSOR

O extinto jornal “Folha do Norte” publicou que a Universidade Federal do Pará estava preparando um “espetáculo subversivo”. Tudo porque a instituição tinha convidado o diretor gaúcho Lineu Dias para desenvolver o projeto de Estudo de Pesquisas Teatrais. O texto escolhido foi “Pedreira das Almas”, do dramaturgo Jorge Andrade. Depois de quatro meses de ensaio, o ator Cláudio Barradas, que interpretava o coronel que comandava uma mina de ouro no século 19, recebeu uma missão. Antes da apresentação para a censura, Lineu Dias sugeriu ao ator: “Barradas, sempre que você puder, use palavrões, eles vão se prender a isso e esquecem o resto”. Mas como ele não avisou aos demais integrantes do elenco, os outros atores pensavam que Barradas tinha enlouquecido. “O pessoal da censura cortou todos os palavrões e o espetáculo foi liberado”, conta o hoje padre Barradas, ordenado em 1992. Este depoimento está no livro “A censura no Pará – a mordaça a partir de 1964”, uma narrativa sobre o papel do regime

IMPACTOS CULTURAIS NA MEMÓRIA DE MIGRANTES ASSENTADOS NA TRANSAMAZÔNICA

Paulo Roberto Ferreira Desde o período colonial até a República, a política de ocupação do território amazônico foi baseada no deslocamento de populações de outros continentes e até mesmo de outras regiões brasileiras. Além de dominar o espaço, o processo migratório governamental, orientado para a área rural, sempre visou, também, a exportação de produtos da floresta, a produção e abastecimento interno de alimentos e criação de um mercado consumidor de bens manufaturados fora da região. As vias de penetração no território amazônico eram os rios. A busca pelas chamadas “drogas do sertão” e, posteriormente, a extração do látex da seringueira alargaram o conhecimento e o domínio sobre a região. Segundo Santos (1980) “em 1730, graças ao trabalho de missionários e dos colonos, a exportação do cacau alcançou 28.216 arroubas; em 1740, 58.910. Por essa altura o produto representava, em valor, mais de 90% das exportações regionais” (SANTOS, 1980, p. 17). Ao perceber o potencial econômico do

Crônicas de um jornalista paraense - Resenha de Gutemberg Guerra

Paulo Roberto Ferreira está confirmado como um dos bons escritores paraenses, migrando da atividade jornalística para a de contista, cronista, romancista e biógrafo. Podemos nos deleitar desde o que vem publicando como registros escritos e imagens no seu Facebook em peregrinações atléticas em que reúne amigos e devotos de caminhadas por bucólicas estradas desse imenso e diverso estado do Pará tanto quanto em suas crônicas e matérias jornalísticas que concorreriam com fortes chances de premiações por conta da consistência e rigor com que as elabora. Li com prazer o “Roubaram meu Libertango”, título que vem de uma das crônicas em que humoradamente relata algumas de suas experiências variadas da longa trajetória biográfica como jornalista e pesquisador. Busca algumas na memória, outras vai revelando como tendo sido escritas no calor da vivência e tudo em uma linguagem quase coloquial, serena e detalhada, imergindo o leitor em seus enredos e reflexões críticas. No caso específico dessa em

A maré, o homem e o cão

Quem determina o horário de descer do Rancho é a maré. Quando a água está alta, o cão tem que controlar a ansiedade de pular, cheirar e fazer festa pro seu dono. O pescador não tem pressa, retira a água da canoa pra poder recolher o peixe do curral. Na volta, certamente fará um afago em seu fiel amigo e companheiro do Delta do Inajá, São João de Pirabas (PA). E a vida segue seu ritmo naquele mundo das águas. Foto e texto : Paulo Roberto Ferreira.

Batalha de urina

Crônica publicada originalmente no dia 18 de abril de 2015 no portal Oestadonet. Paulo Roberto Ferreira ****************** Hoje é dia de clássico no futebol da Amazônia. Remo e Paysandu se enfrentam pela Copa Verde. O estádio Edgar Proença, o famoso Mangueirão, vai receber em torno de 30 mil torcedores, enquanto um número três vezes maior assiste ao jogo nas casas e nos bares que dispõem de TV por assinatura. A disputa mexe com todo mundo. Rara é a família que só tem torcedor de um clube. Muitos levam na esportiva as gozações dos familiares e amigos. Outros reagem com violência e acabam criando inimizade por causa, justamente, do esporte, que surgiu na Grécia como uma oportunidade de trégua entre as guerras. O esporte tem essa capacidade de juntar pessoas das mais diferentes posições políticas e ideológicas na mesma arquibancada. É curioso como os torcedores dos dois clubes unem-se na frente do Mangueirão, antes do jogo, para comer churrasquinho, ou comprar bebida. Já depois da

Escritores tomam posse na Academia de Letras de Ananindeua

Na próxima quarta-feira, dia 19, às 19 horas, 20 acadêmicos tomarão posse em suas cadeiras na Academia de Letras de Ananindeua (Alanin), fundada no dia 26 de setembro do ano passado. O evento vai acontecer no auditório 03 da Unama – Campus BR. Dois palestrantes vão falar sobre as figuras de Dalcídio Jurandir, patrono-geral e Felipa Aranha, patronesse geral da Alanin. Dalcídio Jurandir, nasceu em Ponta de Pedras, no Marajó, é autor de 11 romances e sua obra recebeu o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras. Felipa Aranha foi uma líder quilombola que liderou a liberação de centenas de escravos na região do Baixo-Tocantins. Os escritores e professores Paulo Nunes e Rusevelt Santos vão destacar a importância dos homenageados para a literatura e para a luta contra o racismo na Amazônia. A Alanin conta com 40 cadeiras, sendo 20 para reverenciar escritoras e 20 para distinguir escritores, preferencialmente, os que nasceram no Pará e na Amazônia. Cada membro da Academia esco