Pular para o conteúdo principal

Um morto que sabia nadar

Quando li uma crônica do jornalista João Malato, nos anos 1980 do século passado, no jornal O Liberal, sobre um aspecto da vida da população ribeirinha no arquipélago do Marajó, fiquei ainda mais interessado em conhecer a respeito da cultura dos conterrâneos de Dalcidio Jurandir, o grande escritor brasileiro que nasceu em Ponta de Pedras, como o autor da crônica Malato. Apesar de divergir das posições políticas do cronista, sempre reconheci o seu grande talento na arte da narrativa jornalística. A crônica que me marcou tratava do enterro de uma pessoa que morava no interior do município, cujo corpo precisava ser sepultado na cidade. Mas no meio do caminho os remadores da canoa que conduzia o defunto pararam para “serenar” uma festa enquanto esperavam a maré subir para continuar a viagem. Suponho que o articulista/cronista recolheu o seu material na vasta biblioteca oral da região. E um grupo de jovens atores da Associação Cultural Dalcidio Jurandir resolveu adaptar aquela narrativa num vídeo chamado “O morto que sabia nadar”. A adaptação de texto e roteiro é de Jorge Castro e a direção de Pedro Nicacio. Vale a pena conhecer um pouco das histórias do arquipélago do Marajó. Postado por UmParaenseQualQuer no Youtube, que pode ser localizado no seguinte endereço: https://www.youtube.com/watch?v=Rc11rRwUiYc

Comentários

  1. Veja o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Rc11rRwUiYc

    ResponderExcluir
  2. Já exista uma curta, com direção, filmagem e atores MARAJOARA do município de Ponta de Pedras, o mesmo elenco do Tem BOTO na rede do tunico.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

O valor da grude para o pescador de Vigia

Encontrei no site MFRural(http://www.mfrural.com.br/busca.aspx?palavras=grude)o seguinte anúncio: "Estou a procura de bucho ou grude de pescada amarela ou corvina para exportar para Hong Kong/China e Estados Unidos". Trata-se de um espaço virtual onde compradores e vendedores se encontram para fechar negócios sobre produtos do campo e da água. Então pude compreender melhor a importância do anúncio que vi e fotografei na orla do município de Vigia de Nazaré, na região do Salgado, no Pará. A grude ou bexiga natatória de determinadas espécies de peixes ósseos, auxilia o animal a se manter em determinadas profundidades. Após ser beneficiada, a grude tem diversos usos, como colas de alto teor de adesão, bem como pode ser utilizado pela indústria espacial em operações cirúrgicas de alta precisão. O pescador coloca para secar por três a quatro dias a grude antes de vender por um preço que varia entre R$ 20 e R$ 30. Mas em grande quantidade o preço no mercado exportador chega até R...

36 anos da entrevista com Quintino e a resistência camponesa no Alto Guamá

Eu nem lembrava que foi no dia primeiro de agosto de 1984 que publiquei, no jornal O Liberal, a primeira entrevista com Quintino Silva Lira, líder dos posseiros da Gleba Cidapar, que reagiu à grilagem de terras e organizou um grupo para resistir aos pistoleiros da região da Pará-Maranhão (rodovia BR-316) entre os rios Guamá e Gurupi. Quem me ajudou a recordar aquele trabalho foi a pesquisadora Juliana Patrizia Saldanha de Souza, de Santa Luzia do Pará, mestra em Linguagens e Saberes na Amazônia pela Universidade Federal do Pará. Acompanhei desde 1983 aquele conflito fundiário que envolvia 10 mil famílias de pequenos agricultores e empresas agropecuárias, numa área de 387 mil hectares. Compartilho aqui a postagem que a Juliana fez sobre o nosso encontro virtual, em 15/08/20. As fotos são do repórter-fotográfico Alexandre Lima, durante uma de nossas reportagens na Gleba Cidapar, um ano antes da entrevista, em 25 de setembro de 1983. Diário de uma Pesquisadora: QUINTINO LIRA e eu! ...

Após o regatão, o rádio e a televisão

Atendendo ao pedido de várias pessoas, publico abaixo o artigo apresentado em 2005, em Novo Hamburgo (RS), no 3º Encontro Nacional da Rede Alfredo Carvalho (Rede Alcar), no GT sobre História do Rádio. Após o regatão, o rádio e a televisão Paulo Roberto Ferreira Resumo: A primeira emissora de rádio surgiu na Amazônia em 1928. Foi a Rádio Clube do Pará, em Belém, que teve um papel muito importante como veículo de integração. Antes do rádio, o contato entre o homem do interior da região e o mundo urbano, era feito pelo barco que abastecia os seringais e pequenas povoações com suas mercadorias. A “casa aviadora” ou “regatão” quebrava o isolamento e levava também as cartas dos parentes que viviam nas localidades, às margens dos rios. A televisão só chegou em 1961. Em Manaus muita gente captava o sinal de uma emissora da Venezuela, antes da chegada da primeira TV local. Mas, ainda hoje, na era da comunicação digital, o rádio cumpre importante papel na Amazônia, já que naquele imenso...