Abro espaço para a divulgação do show do Trio Manari nesta quarta-feira (05/12).
Trio Manari grava o 1º DVD da carreira
Há 18 anos desenvolvendo um trabalho de pesquisa voltado à percussão de sonoridades amazônicas, o Trio Manari vai gravar o 1º DVD, intitulado, não por acaso, “Sons da Floresta”. Contemplado pelo Programa Rumos Itaú Cultural 2018, o projeto traz participação de parceiros e novidades da música percussiva amazônica. Serão dois dias de gravação. No dia 5 de dezembro, às 19h, o show terá entrada gratuita. Os convites estarão disponíveis desde o dia 4, na bilheteria do teatro, na Praça da República, em Belém (PA).
Márcio Jardim, Nazaco Gomes e Kleber Benigno “Paturi” reúnem neste DVD um pouco do que resulta de anos de pesquisa e difusão da música amazônica. Focados na questão instrumental percussiva e pesquisando a "orquestra" de sons que a floresta produz naturalmente, formaram no ano 2000, o Trio Manari. De lá para cá nunca deixaram de se dedicar à cultura sonora percussiva dos ritmos da Amazônia, que lhes dá hoje um reconhecimento internacional.
O grupo também pesquisa instrumentos exclusivos da Amazônia, como o curimbó, feito de madeira rústica e de couro de boi, ele o tambor que faz nasce a base do ritmo mais tradicional da região, o carimbó. Junto com os instrumentos vêm novas batidas que dão para o som ainda mais a cara da região de onde são originados.
O DVD “Sons da Floresta” trará 07 músicas inéditas. “Vão ter peças de percussão realmente grandes, com todo mundo fazendo partes diferentes, compartilhando mesmo dos tambores, porque os últimos trabalhos que a gente fez, foram feitos em cima das músicas das outras pessoas, trabalhamos mais para acompanhar, e agora não, agora estamos voltando às nossas raízes. Os tambores estão na frente”, diz Márcio.
“Dançando no Rio”, que está no primeiro CD do grupo, “Braços da Amazônia”, será regravada, mas trazendo uma nova roupagem, com a melodia e os baixos na marimba. “A gente está mergulhando mais no universo percussivo nesse momento, fomentando mais a percussão aqui do Norte para que seja mais vista aí fora do Brasil”, diz Paturi.
“Nas demais composições, vão tocar os filhos do Márcio, William e Wesley Jardim, na guitarra e baixo respectivamente. Eles vão fazer os temas instrumentais. Já tocam com a gente desde criança”, comenta Nazaco Gomes. “E tem um Merengue que era uma batida que a gente já tinha, e pedimos pro Manasses (Malcher – trombonista) fazer um arranjo, que também está muito bacana, e um Boi de autoria do Nazaco”, diz Márcio Jardim.
O surgimento do grupo
É a partir de algumas experiências no curso de percussão erudita do Conservatório Carlos Gomes, que se começa a “pensar” de forma diferente na percussão paraense. Do miolo do curso, surgiu o Percussão Brasil, que é considerado o disparador de ideias para a formação do Trio Manari. Na época, Nazaco Gomes, Márcio Jardim e Kleber Benigno Paturi estudavam percussão na instituição e, em 2000, embarcaram com o grupo numa turnê pelo Canadá. Nunca mais foram os mesmos.
O Percussão Brasil, como o nome já dizia, trabalhava a percussão brasileira de modo geral, enquanto que o Manari ao voltar da turnê começou a filtrar tudo isso trazendo as sonoridades mais para o lado amazônico, dando inicio à valorização da percussão como raiz da região. É um divisor de águas. Hoje já se vê uma nova geração de percussionistas que percorrem essa mesma trilha.
Trajetória, pesquisa e festivais
Kleber Benigno, Márcio Jardim e Nazaco Gomes mergulham na sonoridade amazônica para retirar do universo do negro, do índio, do caboclo marajoara e de suas crenças e lendas o material sonoro para a releitura de canções populares. A pesquisa musical percorreu o interior do Estado do Pará, onde eles dialogaram e trocaram experiências com músicos locais. Diálogo que gerou arranjos percussivos a partir de sons da água, da floresta ou da boca de um nativo.
Essa incursão pela musicalidade da Amazônia está registrada no álbum “Braços da Amazônia”, de 2002, com o qual em 2004 e 2007, o trio foi selecionado, entre dez mil concorrentes, para participar do Percussive Arts Society International Convention (PASIC), em Nashville (EUA), um dos maiores festivais de percussão do mundo, apresentando-se em shows e ministrando cursos em várias universidades americanas de música, além de realizar shows na França e Portugal.
Ao longo de sua trajetória, o Trio Manari vem se afirmando como referência na música brasileira, no campo da pesquisa e da execução percussiva com características amazônicas, o que lhes rendeu trabalhos e turnês pela Europa com os cantores Marco André e Fafá de Belém, respectivamente, além de diversas apresentações solos.
Em 2004, o grupo é premiado em duas categorias no I Prêmio Cultura de Música, com o melhor CD e melhor CD Instrumental Erudito, também com “Braços da Amazônia”. Em 2005, participa da programação oficial do “Ano do Brasil na França”, além de shows em Nancy e do Festival de Jazz de Caiena. Em dezembro, deste mesmo ano, foi o único representante da região Norte do Brasil no VI Mercado Cultural em Salvador-BA, onde se apresentou no palco do teatro ACBEU, ministrando por lá oficinas de ritmos Amazônicos.
O Manari também marcou presença no Festival da TV Cultura SP e no Terruá Pará, numa grande mostra da Música Popular Paraense realizada no Parque Ibirapuera, também em São Paulo. Em abril de 2006, o show Manari Naná os reuniu no “Encontro de Tambores”, realizado no Theatro da Paz, a Naná Vasconcelos, um dos maiores percussionistas do mundo.
Depois disso o grupo esteve em turnê pela Guiana Francesa divulgando o CD Braços da Amazônia, França e Porto Rico. Em 2009 viajaram em turnê pela Europa com Marco André, passando por países como Inglaterra e Portugal. Em 2011 apresentaram-se no Conexão VIVO em show solo e também em participações especiais ao lado de Dona Onete, MG Calibre, Pepeu Gomes e Marco André.
OS MÚSICOS
Kleber Benigno Paturi
Kleber Benigno, Paturi, como é chamado pelos amigos, iniciou sua carreira nos anos 1990, com o grupo Mosaico de Ravena. Inicialmente como roadie e depois como percussionista. Na época já estava no Conservatório Carlos Gomes, onde estudava percussão erudita.
Depois disso tocou em diversos outros grupos e com vários artistas, como Marhco Monteiro, por cinco anos, e com o Fruta Quente, com o qual viajou pelo Brasil e Portugal. Também trabalhou com o Grupo de Percussão erudita do Conservatório Carlos Gomes, gravou discos com Marhco Monteiro, Fruta Quente, Banda Alternativa, Edilson Moreno, Pinduca, Patricia Bastos, Pedrinho Callado, Dante Ozzetti, Andrea Pinheiro e outros. Em 2000 entrou para o grupo Percussão Brasil, onde encontra Nazaco Gomes e Márcio Jardim, dando início à história do Manari.
O músico tem influência do rock e da música latina - estudou dois anos com o músico uruguaio radicado em Belém, Daniel Benitez -, da Música Popular do Brasil e a Cultura Popular da Amazônia. Atualmente cursa licenciatura em música e o técnico em percussão na Emufpa, sendo aluno do maestro Vanildo Monteiro, que era o regente do Percussão Brasil.
Márcio Jardim
Percussionista nascido em família de músicos, Marcio Jardim começou seu contato com a percussão desde muito cedo através de rodas de samba em sua casa onde foi seu primeiro palco. Desde então passou a se dedicar à música, tendo como seu primeiro instrumento, o pandeiro.
Iniciou seus estudos no conservatório Carlos Gomes, na turma de percussão clássica, com o gosto pela música e por sua dedicação, logo se tornou membro do grupo de percussão. Com o passar do tempo e com a ajuda de dois amigos também percussionistas (Kleber Benigno e Nazaco Gomes), iniciaram um grupo de estudo, dai então surgiu o Trio Manari, onde passaram a ser reconhecidos não somente no estado do Pará como também no Brasil e no Mundo.
A partir desse grupo, Marcio Jardim tem se apresentado em constantes participações com grandes e renomados artistas como: Sebastião Tapajós, Lia Sophia, Fafá de Belém, Nilson Chaves, Pepeu Gomes, Paulinho Mosca, Celso Viáfora, dentre outros artistas; além de participações em varias turnês pelo mundo como: Canadá, Argentina, Suriname, Portugal, França, Alemanha, Bélgica, Inglaterra e Estados Unidos. Marcio Jardim também atua como professor, e recentemente criou e dirige o Grupo Jardim Percussivo, que com ajuda de amigos lançaram seu primeiro CD.
Nazareno Gomes da Silva
Nazaco Gomes vem atuando em grupos folclóricos de Belém desde os 09 anos de idade; começou seus estudos com o professor de percussão popular Arythanan Figueredo, posteriormente passou estudar no curdo livre de percussão do Conservatório Carlos Gomes com o professor Vanildo Monteiro.
Pesquisador de ritmos brasileiros atrelando sua musicalidade ao estudo dos ritmos e tradições da história do Brasil, percussionista com ênfase nos tambores e ritmos Amazônicos, Latino-Americanos e Africanos. Um dos membros fundadores do Trio Manari (2.000); elabora arranjos percussivos para grupos populares, especialista em sonoplastia de diversos sons da floresta, além de confeccionar instrumentos de materiais recicláveis e atuar como arte-educador, tendo ministrado aulas no instituto Arraial do Pavulagem, Fundação Curro Velho, centro de atividades musicais do Sesc-Pa, foi músico e arranjador do grupo Cabloclo Muderno.
Com o Trio Manari viajou pelo mundo levando a percussão amazônica, tendo ministrado Workshops, na Universidade de Caiena, no PASIC (Percussive Arts Society Convencion) na Universidade de Columbia.
Já participou de inúmeras apresentações pelo mundo a fora; dividindo o palco com artistas da grandeza de Giovani Hidalgo, Naná Vasconcelos, Sebastião Tapajós, Fafá de Belém, Nilson Chaves, Celso Viáfora, Iva Rothe, Marco André, Patricia Bastos, dentre vários outros.
Assessoria de Imprensa
Luciana Medeiros - Holofote Virtual
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Foto: Alan Soares

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