Domingo é dia de abrir a Caixa de Relíquias. Hoje reli uma matéria publicada há 39 anos nas páginas do jornal “Resistência”. O texto é da Jeanne Marie e foi publicado na página 16 da edição 36 (abril/1982).
“O estranho Milton que pintou” revela a opinião do jovem de 19 anos, Milton Cunha Júnior, aluno de psicologia, que causou uma grande vibração no mundo cultural de Belém com sua primeira experiência de direção e atuação de seu texto de teatro: “O Estranho Peixe que Pulou”.
O espetáculo foi encenado no teatro “Waldemar Henrique” em dezembro de 1981. “Para alguns, estranho demais. Para outros, foi um dos melhores espetáculos que já pintou em Belém”, escreveu Jeanne Marie. A crítica do jornal O Liberal considerou Milton “a revelação do ano” e seu espetáculo, a melhor peça de teatro adulto da cidade.
Milton fala de sua trajetória, sua inspiração para compor as personagens da peça e encerra a entrevista com a seguinte frase: “o novo sempre amedronta, sobretudo numa terra onde se acredita em monstros sagrados”. As fotos da matéria são do Miguel Chikaoka (Paulo Roberto Ferreira).
Felipe Alves de Macedo, o Filipinho, deixou a Terra. Foi ao encontro de seus companheiros de luta no Araguaia: Raimundo Ferreira Lima (Gringo), João Canuto, Expedito Ribeiro e tantos outros bravos camponeses que lutaram e tombaram na luta pelo direito de viver e produzir no campo. Dedicou seus 81 anos de vida ao cultivo da terra como animador de comunidade, na organização e resistência dos lavradores, em Conceição do Araguaia. Filipinho foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Conceição do Araguaia, dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-Pará) e membro do Partido dos Trabalhadores. Viveu parte de sua vida sob ameaça de pistoleiros a serviço do latifúndio. O ex-dirigente do STTR fez parte de uma lista de “marcados para morrer”. O repórter-fotográfico João Roberto Ripper, que integrou a agência F-4, fez um registro, em 1980, com seis pessoas ameaçadas: Maria da Guia, Josimar, Filipinho, Oneide Lima (viúva do Gringo), Luiz Lopes e João Pereira. O jornalista, em...



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