“Bragantina: um trem, a terra e a mandioca”, trabalho de 1991 que só agora chega ao grande público. A autora, Maria de Fátima Carneiro da Conceição, é doutora em Sociologia pela Universidade de São Paulo, fez mestrado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e é graduada pela Universidade Federal do Pará. Desde criança tinha fascínio pela história da estrada de ferro que cortava o seu município, Castanhal. Todos os dias o trem fazia a ligação entre Bragança e Belém, transportando passageiros e cargas agrícolas.
Fátima Carneiro desenvolveu o projeto de pesquisa e defendeu sua dissertação de mestrado na Unicamp. O trabalho revela a relação dos pequenos agricultores que tinham como um de seus principais produtos a mandioca, matéria prima da farinha, que é parte do cardápio alimentar das famílias da região bragantina. A construção da ferrovia EFB começou no final do século 19, ainda no período do Império, e foi inaugurada em 1908.
A autora analisa as relações de trabalho no meio rural, numa região marcada pelos conflitos agrários e que atraiu migrantes do exterior, como os espanhóis, e sobretudo os nordestinos, que se instalaram nas diversas colônias agrícolas, cortada pela via férrea, que foi extinta em 1965, pelo governo iniciado com o Golpe Militar de 1964.
Fátima Carneiro foi professora na própria UFPA e na antiga Faculdade de Ciências Agrárias (Hoje UFRA). Está aposentada desde 2008. O livro é de grande importância para o conhecimento da região mais impactada do Estado, onde hoje praticamente não existe mais mata primária. Porém, destaca-se pela produção de dendê, laranja, feijão caupi, açaí (plantado), e a tradicional farinha de mandioca.
O livro será lançado no dia 30 de novembro, das 17 às 20 horas, no Instituto de Ciência da Arte, da UFPA, na Praça da República, ao lado do Teatro Waldemar Henrique (Paulo Roberto Ferreira)
Felipe Alves de Macedo, o Filipinho, deixou a Terra. Foi ao encontro de seus companheiros de luta no Araguaia: Raimundo Ferreira Lima (Gringo), João Canuto, Expedito Ribeiro e tantos outros bravos camponeses que lutaram e tombaram na luta pelo direito de viver e produzir no campo. Dedicou seus 81 anos de vida ao cultivo da terra como animador de comunidade, na organização e resistência dos lavradores, em Conceição do Araguaia. Filipinho foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Conceição do Araguaia, dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-Pará) e membro do Partido dos Trabalhadores. Viveu parte de sua vida sob ameaça de pistoleiros a serviço do latifúndio. O ex-dirigente do STTR fez parte de uma lista de “marcados para morrer”. O repórter-fotográfico João Roberto Ripper, que integrou a agência F-4, fez um registro, em 1980, com seis pessoas ameaçadas: Maria da Guia, Josimar, Filipinho, Oneide Lima (viúva do Gringo), Luiz Lopes e João Pereira. O jornalista, em...


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