Neste mês da Consciência Negra recomendo a leitura de dois livros maravilhosos. O primeiro é “Úrsula”, de Maria Firmina dos Reis, e o segundo é “Felipa Aranha - A guerreira da Amazônia”, de Rusevelt Silva Santos. “Úrsula” foi o primeiro romance escrito por uma mulher negra, nordestina e precursora do Abolicionismo. Em São Luís (MA), onde nasceu, existe um busto da autora na Praça do Pantheon. E no centro da cidade foi inaugurado o Solar Cultural da Terra de Maria Firmina dos Reis, na rua Rio Branco.
Já o escritor Rusevelt Santos, autor de “Felipa Aranha - A guerreira da Amazônia”, nasceu em Xambioá (TO) e mora em Tucuruí (PA). Ele pesquisou e romanceou a história de Felipa Aranha, que foi arrancada da África e vendida no Ver-o-Peso para um fazendeiro do Baixo Tocantins, passou por todo tipo de maus-tratos e violência. Quando se tornou adulta fugiu do cativeiro e liderou um movimento que libertou centenas de escravos e fundou vários quilombos, onde hoje estão delimitados os municípios de Tucuruí e Cametá.
Desconheço se existe algum tipo de busto ou outro tipo de homenagem pública à memória de Felipa Aranha no Pará. Sei que a Academia de Letras de Ananindeua (Alanin) escolheu o nome da líder quilombola como patronesse geral da entidade. Os dois livros são encontrados em Belém. “Úrsula” nas lojas da “Leitura” (nos shopings centers), “Travessia” e “IFA”. Já “Felipa Aranha” na livraria da Paka-Tatu.
Felipe Alves de Macedo, o Filipinho, deixou a Terra. Foi ao encontro de seus companheiros de luta no Araguaia: Raimundo Ferreira Lima (Gringo), João Canuto, Expedito Ribeiro e tantos outros bravos camponeses que lutaram e tombaram na luta pelo direito de viver e produzir no campo. Dedicou seus 81 anos de vida ao cultivo da terra como animador de comunidade, na organização e resistência dos lavradores, em Conceição do Araguaia. Filipinho foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Conceição do Araguaia, dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-Pará) e membro do Partido dos Trabalhadores. Viveu parte de sua vida sob ameaça de pistoleiros a serviço do latifúndio. O ex-dirigente do STTR fez parte de uma lista de “marcados para morrer”. O repórter-fotográfico João Roberto Ripper, que integrou a agência F-4, fez um registro, em 1980, com seis pessoas ameaçadas: Maria da Guia, Josimar, Filipinho, Oneide Lima (viúva do Gringo), Luiz Lopes e João Pereira. O jornalista, em...

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