O coronavírus está fazendo estrago às comunidades indígenas. O sucateamento da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) torna os povos originários mais vulneráveis à covid19. Há mais de 30 anos a pauta daquelas comunidades era a proteção do seu território e também a assistência médica e sanitária aos índios. Em 1984 estive na aldeia Kokraimoro, em São Félix do Xingu. E em 1986 conversei, em Altamira, com lideranças do povo Assurini, da Terra Indígena Koatinemo, localizada entre os municípios de Altamira e Senador José Porfírio (fotos: Oldemar Alves). Torço para que as medidas aprovadas, esta semana, pelo Congresso Nacional (Plano Emergencial para Enfrentamento à Covid-19) que incluem ações emergenciais aos povos indígenas, quilombolas e outras populações tradicionais sejam implantadas o mais rápido possível.
Eu nem lembrava que foi no dia primeiro de agosto de 1984 que publiquei, no jornal O Liberal, a primeira entrevista com Quintino Silva Lira, líder dos posseiros da Gleba Cidapar, que reagiu à grilagem de terras e organizou um grupo para resistir aos pistoleiros da região da Pará-Maranhão (rodovia BR-316) entre os rios Guamá e Gurupi. Quem me ajudou a recordar aquele trabalho foi a pesquisadora Juliana Patrizia Saldanha de Souza, de Santa Luzia do Pará, mestra em Linguagens e Saberes na Amazônia pela Universidade Federal do Pará. Acompanhei desde 1983 aquele conflito fundiário que envolvia 10 mil famílias de pequenos agricultores e empresas agropecuárias, numa área de 387 mil hectares. Compartilho aqui a postagem que a Juliana fez sobre o nosso encontro virtual, em 15/08/20. As fotos são do repórter-fotográfico Alexandre Lima, durante uma de nossas reportagens na Gleba Cidapar, um ano antes da entrevista, em 25 de setembro de 1983. Diário de uma Pesquisadora: QUINTINO LIRA e eu!
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