Paulo Roberto Ferreira Desde o período colonial até a República, a política de ocupação do território amazônico foi baseada no deslocamento de populações de outros continentes e até mesmo de outras regiões brasileiras. Além de dominar o espaço, o processo migratório governamental, orientado para a área rural, sempre visou, também, a exportação de produtos da floresta, a produção e abastecimento interno de alimentos e criação de um mercado consumidor de bens manufaturados fora da região. As vias de penetração no território amazônico eram os rios. A busca pelas chamadas “drogas do sertão” e, posteriormente, a extração do látex da seringueira alargaram o conhecimento e o domínio sobre a região. Segundo Santos (1980) “em 1730, graças ao trabalho de missionários e dos colonos, a exportação do cacau alcançou 28.216 arroubas; em 1740, 58.910. Por essa altura o produto representava, em valor, mais de 90% das exportações regionais” (SANTOS, 1980, p. 17). Ao perceber o potencial econômico do
Memória cultural da Amazônia