A partir de hoje (21/04) a banda “Atrás do Tempo” lança uma das 20 músicas que estarão brevemente no álbum “Entrelaços”. O lançamento do single “Os cravos” soma-se aos eventos em homenagem pelos 50 anos da “Revolução dos Cravos”, que se comemora no dia 25 de abril (quinta-feira), em Portugal.
Inspirada no movimento que pôs fim a ditadura salazarista no país lusitano, em 1974, a letra começou a ser costurada durante o período da pandemia do coronavírus. Faz referência à luta contra o neonazismo, simbolizado pela “besta-fera” e às lutas de resistência na Amazônia, como a Revolta dos Tupinambás, em 1618, e a Cabanagem, em 1835. E, ainda, ao processo de eleição presidencial no Brasil, em 2022.
A música é assumidamente inspirada em uma canção que transcende o tempo e uniu várias gerações: “Tanto Mar”, de Chico Buarque, lançada em 1975. Nela Chico também se refere a Revolução dos Cravos.
Os autores de “Os cravos”, Norberto Ferreira, Paulo Roberto Ferreira e Marcelo Carvalho, evocam os cravos vermelhos como um despertar da consciência - a primavera – para romper o grito e enfrentar o inimigo da democracia.
O single tem a cantora portuguesa Elis Mahr no vocal e conta com Guel de Miranda, também português, na declamação de uma estrofe da letra que cita Guaimiaba e as guerreiras Icamiabas. André Macleuri, produtor musical e parceiro da “Atrás do Tempo” desde 2019, fez a produção, arranjos e execução de todos os instrumentos (violão, viola braguesa), baixo, bateria e sintetizador. André, atualmente, estuda e vive na cidade de Braga, em Portugal.
A Banda “Atrás do Tempo” é um projeto musical criado por Marcelo Carvalho, seu principal letrista e a banda já possui 50 canções e prepara o seu quarto disco, o “Entrelaços”. Abaixo a letra do single “Os Cravos”
Os Cravos
Norberto Ferreira / Paulo Ferreira / Marcelo Carvalho
Sonhando com os melhores dias
Semeando os rebeldes cravos
Aqueles mesmos que floresceram um novo Portugal
Na bonita festa, dancemos até o raiar do dia
Liberdade que inspira e depõe a tirania
Aquela semente hoje é jardim
Nos inspiram os cravos vermelhos
A sonhar novamente com a primavera
Romper o grito contido
E enfrentar a besta-fera
E mesmo com toda pandemia
Marcharemos com ou sem Grândola
Lembrando os ideais de Cunhal
Armados de violão e berimbau
Vamos enfrentar a malvadeza
Com a força e a coragem de Guamiaba
Invocando a proteção de Yebá Beló
E a determinação das guerreiras Icamiabas
O sangue cabano-caboclo
Irriga e fertiliza o solo
Ecos ancestrais, farol milenar
Indicando o lugar certo para os cravos semear
Semear os rebeldes cravos
Aqueles mesmos que floresceram um novo Portugal
Na bonita festa, dancemos até o raiar do dia
Liberdade que inspira e depõe a tirania
Aquela semente hoje é jardim
Nos inspiram os cravos vermelhos
A sonhar novamente com a primavera
Romper o grito contido
E enfrentar a besta-fera
Felipe Alves de Macedo, o Filipinho, deixou a Terra. Foi ao encontro de seus companheiros de luta no Araguaia: Raimundo Ferreira Lima (Gringo), João Canuto, Expedito Ribeiro e tantos outros bravos camponeses que lutaram e tombaram na luta pelo direito de viver e produzir no campo. Dedicou seus 81 anos de vida ao cultivo da terra como animador de comunidade, na organização e resistência dos lavradores, em Conceição do Araguaia. Filipinho foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Conceição do Araguaia, dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-Pará) e membro do Partido dos Trabalhadores. Viveu parte de sua vida sob ameaça de pistoleiros a serviço do latifúndio. O ex-dirigente do STTR fez parte de uma lista de “marcados para morrer”. O repórter-fotográfico João Roberto Ripper, que integrou a agência F-4, fez um registro, em 1980, com seis pessoas ameaçadas: Maria da Guia, Josimar, Filipinho, Oneide Lima (viúva do Gringo), Luiz Lopes e João Pereira. O jornalista, em...


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