Na semana em que a antropóloga Rosa Marga Rothe faleceu iniciei a publicação de uma série sobre a memória de grandes lideres da luta contra a ditadura de 1964 em nosso país.
Hoje, peço permissão a professora Venize Rodrigues, para compartilhar o texto que escreveu em 2003 sobre a figura do economista Jaime Teixeira, terceiro presidente da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos:
A construção da nossa utopia
Venize Rodrigues (*)
Conheci o Jaime Teixeira no final dos anos 70, quando na luta sindical fundamos a Apepa – Associação dos Professores do Estado do Pará, embrião do atual SINTEP. Ele era assessor da Fase, entidade que dava apoio efetivo aos movimentos sociais e esposo de uma das diretoras da Associação, a professora Regina.
Daí que convivemos bastante e Jaime tornou-se referência para discutir política, para orientar as nossas ações no movimento, para discutir o nascente Partido dos Trabalhadores, para encaminhar a Anampos – Articulação Nacional dos Movimentos Popular e Sindical. Sua participação foi fundamental para articular o ENTOES – Encontro Nacional dos trabalhadores em Oposição à Estrutura Sindical, embrião da CUT.
Jaime era resistente e combatente implacável da ditadura militar e sua vida foi dedicada à construção de um País livre, igualitário e justo. Por isso, em todas as iniciativas que representavam um acúmulo para a construção da nossa utopia, lá estava o Jaime. Lutando de forma generosa, bem humorada , tolerante e acima de tudo, com ousadia e paciência pedagógica para engendrar o mundo novo e o ser humano como pilar desta construção.
(*) Venize Rodrigues é professora da Universidade do Estado do Pará, fundadora do Sintep, da CUT e do Partido dos Trabalhadores.
Felipe Alves de Macedo, o Filipinho, deixou a Terra. Foi ao encontro de seus companheiros de luta no Araguaia: Raimundo Ferreira Lima (Gringo), João Canuto, Expedito Ribeiro e tantos outros bravos camponeses que lutaram e tombaram na luta pelo direito de viver e produzir no campo. Dedicou seus 81 anos de vida ao cultivo da terra como animador de comunidade, na organização e resistência dos lavradores, em Conceição do Araguaia. Filipinho foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Conceição do Araguaia, dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-Pará) e membro do Partido dos Trabalhadores. Viveu parte de sua vida sob ameaça de pistoleiros a serviço do latifúndio. O ex-dirigente do STTR fez parte de uma lista de “marcados para morrer”. O repórter-fotográfico João Roberto Ripper, que integrou a agência F-4, fez um registro, em 1980, com seis pessoas ameaçadas: Maria da Guia, Josimar, Filipinho, Oneide Lima (viúva do Gringo), Luiz Lopes e João Pereira. O jornalista, em...

Parabéns Paulo Roberto por trazer memórias de luta deste estado. Muito bom o texto da amiga Venize. Torço pelo projeto.
ResponderExcluirObrigado, Bel. Vamos em frente.
ResponderExcluirJaime, amigo querido, companheiro de luta, exemplo de militância comprometida com a luta por um Brasil mais justo, humano, igualitário, democrático. Parabéns, Paulo, pela homenagem, uma lembrança que estará para sempre em nossas memórias.
ResponderExcluirObrigado, Nádia. O Jaime é uma inspiração para todos nós.
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