“Lá vem o Sol raiando o dia, a alvorada/A esperança iluminando a escuridão/No coração uma cantiga de ouro e de prata/que o vento leva e traz, semeia na amplidão”. Os versos da canção “Lá vem o Sol”, de Allan Carvalho e Ronaldo Silva, espargem luz e crença num futuro diferente e melhor para as crianças e jovens do Marajó (PA).
Servem também de abre alas ao “Cordão do Galo”, manifestação sociocultural de Cacheira do Arari “em defesa da vida, memória e universalidade de direitos.” Um farol cultural que vem do arquipélago.
O show de lançamento do livro de músicas e do disco, com 18 canções, promovido pelo “Arraial do Pavulagem”, na última sexta-feira (20/05), no Teatro Gasômetro, em Belém, foi uma explosão de alegria e encantamento diante da riqueza sonora e do resgate da tradição oral das comunidades da região marajoara. Algumas pessoas não resistiram: levantaram e dançaram no espaço entre o palco e a plateia.
O trabalho foi idealizado em 2008 e envolve várias instituições como a Irmandade dos Devotos do Glorioso São Sebastião, Museu do Marajó Padre Giovanni Galo, Associação Musical João Vianna, Prefeitura de Cachoeira do Arari, Escola de Música da Universidade Federal do Pará, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Arraial do Pavulagem, Apoiadores e Voluntários de Belém e de Cachoeira do Arari.
O financiamento da obra (livro e disco) foi feito com recursos de emenda parlamentar do Senador Paulo Rocha PT (PA). O livro é composto de partituras, letras e acordes musicais. O pesquisador e produtor do trabalho foi Walter Figueiredo, que também fez a direção artística. A direção musical é de Junior Soares.
Ronaldo Silva é autor de todas as letras em parceria com Iris da Selva, Allan Carvalho, Junior Soares, Cincinato Jr, Madureira e Luiz Pardal. Os músicos que participaram do show foram Luê (rabeca), Wesley Jardim (contrabaixo), Franklin Furtado (bateria), Rafael Barros (percussão), Allan de Carvalho (banjo e viola 10 cordas), Vitor Slayer (flauta), Marcelo Ramos (bandolim e violão 7 cordas), Tiago Amaral (clarinete), Marcelo Fernandes (guitarra), Inaldo Alves. Alberdam Pamplona e Thel Silva (trompete), Antônio Abenattar e Adrian Barbosa (sax), Manassés Malcher (trombone), entre outros (Paulo Roberto Ferreira).
Felipe Alves de Macedo, o Filipinho, deixou a Terra. Foi ao encontro de seus companheiros de luta no Araguaia: Raimundo Ferreira Lima (Gringo), João Canuto, Expedito Ribeiro e tantos outros bravos camponeses que lutaram e tombaram na luta pelo direito de viver e produzir no campo. Dedicou seus 81 anos de vida ao cultivo da terra como animador de comunidade, na organização e resistência dos lavradores, em Conceição do Araguaia. Filipinho foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Conceição do Araguaia, dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-Pará) e membro do Partido dos Trabalhadores. Viveu parte de sua vida sob ameaça de pistoleiros a serviço do latifúndio. O ex-dirigente do STTR fez parte de uma lista de “marcados para morrer”. O repórter-fotográfico João Roberto Ripper, que integrou a agência F-4, fez um registro, em 1980, com seis pessoas ameaçadas: Maria da Guia, Josimar, Filipinho, Oneide Lima (viúva do Gringo), Luiz Lopes e João Pereira. O jornalista, em...




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